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Hospital A. C. Camargo

20 milhões de brasileiros sofrem de refluxo, um dos principais (1 notícias)

Publicado em 07 de julho de 2009

Especialista do A.C.Camargo explica como prevenir e tratar esse sintoma. Começa por bons hábitos alimentares e não consumo de álcool e tabaco. Os principais sinais de refluxo azia, tosse e regugitação por mais de duas vezes por semana ou sinais de anemia, dificuldade para engolir (deglutição) e emagrecimento repentino

No princípio aquilo que parece ser uma simples azia pode ser, na verdade, a Doença do Refluxo Gastroesofágico (RGE) – mal que acomete 20 milhões de brasileiros. É o principal fator de risco para o câncer de esôfago do tipo adenocarcinoma, que representa metade dos casos de câncer esofágico no país que, segundo estimativas do INCA, são de 10 mil novos casos por ano. O outro tipo, epidermóide, não tem relação com o refluxo.

A doença do refluxo ocorre quando o conteúdo do estômago e/ou duodeno reflui para o esôfago. Na prática, o estômago contém ácidos e enzimas digestivas fortes produzidas pelas células do seu próprio epitélio, além da presença de bile proveniente do duodeno. Em algumas pessoas, porém, o conteúdo gástrico ácido e/ou biliar (duodenal) escapa do estômago e entra no esôfago, produzindo assim a doença.

As medidas preventivas do refluxo começam pela alimentação, evitando ingerir café, chá, refrigerante, bebidas alcoólicas e molhos – principalmente de tomate. “Além disso, é fundamental não comer muito numa única refeição, evitar comer e deitar em seguida e não ganhar peso”, explica o oncologista e diretor da Cirurgia Abdominal do Hospital A.C.Camargo, Felipe José Fernández Coimbra.

Em muitos casos, a doença do refluxo causa sintomas como azia ou uma sensação de queimação que irradia do meio do peito, enquanto em outros, pode não causar sintomas. Se o refluxo continua por muito tempo, o ácido e/ou a bile podem danificar o revestimento da parte inferior do esôfago, fazendo com que células glandulares anormais substituam as células escamosas que normalmente revestem o esôfago. Essas células glandulares se assemelham às do estômago e são mais resistentes aos sucos gástricos. Essa condição é chamada de esôfago de Barrett e aumenta enormemente (entre 30 e 100 vezes) o risco de uma pessoa desenvolver câncer de esôfago. “Apresentando os sintomas de azia, tosse e regugitação por mais de duas vezes por semana ou sinais de anemia, dificuldade para engolir (deglutição) e emagrecimento repentino é recomendável consultar um especialista”, afirma o oncologista.

A RGE costuma dar sinais a partir dos 35 anos, atingindo seu pico a partir dos 55 anos, sendo mais prevalente em pessoas com hábitos de vida urbanos. Além do câncer de esôfago, o refluxo pode causar também males como doenças pulmonares e faringolaringites (infecção da faringe).

Outros fatores de risco do câncer esofágico

Além da doença do refluxo gastroesofágico e esôfago de Barrett há outros fatores de risco para o câncer esofágico, dentre eles obesidade, idade, sexo, etnia, fumo, álcool, alimentação, produtos químicos e síndromes hereditárias:

- Idade: Praticamente metade dos doentes tem mais de 70 anos e 75% do total está na faixa dos 55 aos 85 anos.

- Sexo: homens têm risco 3 vezes maior de ter câncer de esôfago que as mulheres. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam para 7900 novos casos/ano em homens e 2650 em mulheres.

 - Etnia: pesquisas apontam os afrodescendentes têm 50% mais de risco de desenvolver câncer de esôfago do que a população branca. A maioria dos afro-americanos desenvolve a forma epidermóide, enquanto os adenocarcinomas são mais comuns entre os brancos. 

- Fumo: O consumo de tabaco, sob a forma de cigarros, charutos, cachimbos e fumo mascado, é um dos principais fatores de risco para o câncer de esôfago. Quanto mais tempo a pessoa fuma, maior o risco. O risco para adenocarcinoma de esôfago dobra para quem fuma um maço de cigarros por dia. Mais da metade dos carcinomas epidermóides de esôfago estão associados ao fumo.

- Álcool: O consumo prolongado e intenso de bebidas alcoólicas é um importante fator de risco para o câncer de esôfago, especialmente o epidermóide. Quando associado ao fumo, o álcool tem efeito potencializador para o desenvolvimento da doença.

- Obesidade: excesso de peso e obesidade são fatores de risco comprovados, particularmente para o adenocarcinoma de esôfago. O risco de morte por câncer de esôfago é maior em homens obesos.

- Alimentação: uma dieta pobre em frutas e vegetais e insuficiente em certos minerais e vitaminas (particularmente vitaminas A, C e riboflavina ou vitamina B2) podem aumentar o risco de câncer de esôfago. Comer demais, o que leva à obesidade, aumenta o risco de adenocarcinoma. Cerca de 15% dos casos de câncer de esôfago estão associados a uma dieta pobre em frutas e vegetais.

- Líquidos muito quentes: a ingestão de bebidas muito quentes (chá, café, chimarrão) pode aumentar o risco de carcinoma epidermóide.

- Exposição ocupacional: a exposição a solventes usados na lavagem a seco pode aumentar bastante o risco de câncer de esôfago. Trabalhadores de lavanderias a seco têm maior incidência da doença.

- Ingestão de soda cáustica ou lixívia: a soda ou lixívia é um produto químico usado para limpeza industrial e doméstica. É um agente corrosivo, isto é, que pode queimar e destruir células. Crianças que acidentalmente ingerem produtos de limpeza têm risco maior de desenvolver câncer de esôfago quando adultas, em média, 40 anos após a ingestão dessas substâncias.

- Acalásia ou acalasia: nesta doença, o esfíncter inferior do esôfago não relaxa adequadamente para permitir que alimentos e líquidos passem para o estômago. A causa da doença é provavelmente um defeito nas células nervosas na região inferior do esôfago, que impede o relaxamento do esfíncter e, assim, dificulta a deglutição (o ato de engolir). O esôfago acima do esfíncter se dilata e passa a reter a comida. Não se sabe ao certo por que a acalásia é um fator de risco, mas cerca de 6% dos pacientes desenvolvem carcinoma epidermóide de esôfago.

- Tilose: doença hereditária rara que provoca o crescimento excessivo da camada superior da pele nas palmas das mãos e solas dos pés. Acredita-se que uma mutação no cromossomo 17 seja responsável pela tilose, bem como pelo maior risco de câncer de esôfago. Portadores da doença têm alto risco de desenvolver carcinoma epidermóide e exigem acompanhamento precoce e regular, por um especialista.

- Rede esofágica ou síndrome de Plummer-Vinson ou síndrome de Paterson-Kelly: são protuberâncias anormais de tecido que crescem para dentro do esôfago e podem interferir na deglutição. Essas síndromes estão associadas também à anemia, anomalias da língua, unhas, baço e outros órgãos. Um em cada 10 pacientes desenvolve carcinoma epidermóide de esôfago.

Sobre o Hospital do Câncer A.Camargo - O Hospital do Câncer A.C.Camargo é uma instituição filantrópica e atua, desde sua criação por Antônio e Carmen Prudente em  1953, no atendimento especializado a pacientes com câncer. Realiza de forma integrada a prevenção, o diagnóstico e o tratamento ambulatorial e cirúrgico dos mais de 800 tipos de câncer identificados pela Medicina, divididos em 36 especialidades, sempre baseado na assistência multidisciplinar.

Mantido pela Fundação Antônio Prudente, em 2007 totalizou em torno de 800 milatendimentos (internações, tratamento ambulatorial e diagnóstico por imagem). Seu corpo clínico é fechado e composto por uma equipe de 403 médicos especialistas, a maior parte com mestrado e doutorado. A interação desses profissionais em atividades multidisciplinares resulta em índices de cura de 65% em adultos e 80% em crianças, semelhantes aos observados nos melhores centros de oncologia internacionais.

Na área de ensino e pesquisa, o A.C.Camargo criou a 1ª residência oncológica, em 1953, e é responsável pela formação de 1/3 dos oncologistas em atividade no Brasil. Sua pós-graduação, criada em 1996, é a melhor do país em Oncologia e uma das duas melhores em Medicina, segundo avaliação da CAPES / Ministério da Educação nos triênios 2001-2003 e 2004-2006. Tem a maior produção científica da área e centralizou, em 2000, o Genoma do Câncer no Brasil, financiado pela Fapesp e Instituto Ludwig, instituição de pesquisas em câncer que o A.C.Camargo abrigou por mais de 20 anos.

Em 2007 o Hospital foi apontado pela edição 500 Melhores Empresas da revista Dinheiro como o instituição de saúde com melhor gestão financeira e governança corporativa no país. Também foi apontado pelo Guia Exame Você S/A e pelo jornal Valor Econômico como uma das melhores empresas para se trabalhar. Em 2008 repetiu o feito na edição 500 Melhores Empresas da revista Dinheiro sendo campeão geral da categoria Saúde.

Mais informações: Comunique Assessoria de Comunicação; Moura Leite Netto – moura@comunique.srv.br; Fone 55 11 3812 2780 / Cel. 9733-5588 / 7892-3658