Chama-se conhecimento a nova riqueza das nações. A nova e a maior riqueza das nações, das empresas e dos indivíduos. Como nunca antes na história da Humanidade, governos e empresas passam a investir pesado na valorização do capital humano no processo econômico. Estamos inaugurando, nesta virada do milênio, a Economia do Conhecimento, já em plena Idade Digital. Para indivíduos, empresas e nações, competitividade virou sinônimo de produtividade. E a produtividade nada mais é que a filha dileta da aplicação do conhecimento em escolaridade e empregabilidade de recursos humanos. A nova riqueza supera, em valor econômico (e até em cotação de bolsa) a economia dos quilos, metros, litros e cifrões. Gente qualificada é o que pesa, conta e vale.
Acabou o reinado dos barões do carvão, do aço, do petróleo, do automóvel, do trigo ou do canhão. O desafio do Brasil, nesta escalada para o Século do Conhecimento, está justamente na qualificação em massa e em todos os níveis do estoque nacional de RH. Pela relevância, abrangência e urgência da resposta a esse desafio, teremos de correr com dois cavalos no mesmo páreo: a escola e a empresa. De preferência, em contratos de parceria, o grande atalho.
Sem considerar os elos perdidos da educação de base nem a sobrevivência de centenas de milhares de empresas de baixa eficiência (ainda hoje mantendo empregos ruins com salários péssimos), temos de ampliar o capital humano de ponta na produção de ciência e na aplicação dela. Instituição exemplar nesse front é a Fundação de Amparo ã Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A Fapesp não se contenta em financiar projetos de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico (P&D). Ela deu de promover e financiar parcerias em P&D de universidades e institutos de pesquisa com empresas e governos. Empresas do Brasil inteiro. São mais de 130 contratos de parceria com empresas do porte de uma Petrobrás, CSN (Volta Redonda, RJ), CST (Tubarão, ES), Cesp, Villares, Itautec-Philco, Suzano, Rhodia, Serrana, Tetra Pak, Nestlé...
Fechando a roda, a Fapesp financia a inovação tecnológica de centenas de empresas de pequeno porte, escoltadas pelo Sebrae. E acaba de amarrar com prefeituras o amparo a 61 projetos de Políticas Públicas de gestão fiscal, saúde, saneamento, educação, ambiente e transporte.
SECOS & MOLHADOS
AINDA LONGE
Presidente da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz lembra que nosso estoque de RH para P&D ainda é acanhado: 90 mil pesquisadores. Ou apenas 0,14% da força nacional de trabalho. Contra 0,37% na Coréia ou 0,77% nos Estados Unidos.
ELO PERDIDO
Apenas um em cada dez pesquisadores está a serviço de empresas. Ou 9 mil. Contra 75 mil na Coréia ou 810 mil nas empresas americanas.
AINDA HOSTIL
Para Brito Cruz, a baixa apetência das empresas nacionais em P&D tem a ver com o ambiente hostil que ronda projetos de alto risco e demorado retomo. Num Brasil que teima em mudar as regras do jogo e que deu agora de importar tecnologia a ferro e fogo.
UM PLANTIO
No lançamento da Fapesp para pequenas empresas, a primeira pescaria rendeu 86 projetos de P&D. Foram enquadrados 62 e aprovados 31. Dos quais, 23 já a todo vapor. A quem interessar: www.fapesp.br ou fax: 011-838-4000.
Notícia
Correio da Paraíba