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11ª Diálogo Brasil-Alemanha coloca em questão qual tipo de inteligência artificial a sociedade deseja (15 notícias)

Publicado em 23 de maio de 2025

11ª Diálogo Brasil-Alemanha coloca em questão qual tipo de inteligência artificial a sociedade deseja Qual o tipo de inteligência artificial (IA) queremos ter?

Quais as implicações éticas da IA na saúde e os problemas e soluções que ela traz nas humanidades, nas ciências e nas engenharias?

Estas perguntas marcaram a 11ª edição do Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação, realizado nos dias 7 e 8 de maio em São Paulo pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)

SÃO PAULO 23 de maio de 2025 /PRNewswire/ -- Reunindo especialistas de Brasil e Alemanha, da academia e da indústria, a 11ª edição do Diálogo - Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação, evento realizado nos dias 7 e 8 de maio, em São Paulo pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH- SP) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) teve como tema em 2025 "Artificial Intelligence: Promises, Expectations, and Limitations in Science and Society". Quatro tópicos nortearam o evento: a IA na medicina e na saúde, inteligência artificial em ciência e engenharia, regulação de impactos e seu uso nas ciências humanas. A ideia era elucidar, de maneira interdisciplinar, as implicações da tecnologia e os caminhos que precisam ser seguidos para que sejam mitigados os efeitos negativos de sua utilização.

Katharina Fourier, diretora do DWIH São Paulo e do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) Brasil, destacou que o Diálogo é um exemplo de como a diplomacia científica pode ajudar a sociedade a enfrentar desafios em tempos complexos. "O que torna esse evento especial é o fato de que ele não se concentra apenas em tecnologia, mas também nas questões éticas, legais e sociais que vêm junto, especialmente em áreas como saúde e educação. Esse tipo de intercâmbio nos ajuda a compreender melhor o que significa uma IA responsável", afirmou.

A professora Elisabeth André, da Universidade de Augsburg, Alemanha, fez uma Leibniz Lecture na abertura do encontro, durante a qual discutiu o uso da IA para inclusão e empoderamento de pessoas com restrições de comunicação. O primeiro painel abordou o uso da IA na saúde, com moderação do professor Anderson Rocha (Universidade Estadual de Campinas). Paulo Mazzoncini (Universidade de São Paulo) debateu como a inteligência artificial pode ajudar a estimar a evolução de doenças; Christiane Woopen (Universität Bonn) discutiu as implicações éticas do uso da IA na saúde; e, por fim, Thais Melo (Boehringer Ingelheim) trouxe a perspectiva de como a indústria da área está aplicando a tecnologia em seus produtos.

Já o segundo painel, sob moderação da professora Indira Spiecker gen. Döhmann (Universidade de Colônia-Alemanha) tratou dos desafios regulatórios. Jeanette Hofmann (Freie Universität Berlin ), Juliano Maranhão (USP) e Renata Mielli (CGI.br) debateram com o público as questões legais do desenvolvimento da inteligência artificial no Brasil e na Alemanha. Na sequência, representantes do DAAD Brasil, da Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG) e da Fundação Alexander von Humboldt, além da Fapesp e do DWIH São Paulo, apresentaram oportunidades de fomento e cooperações em pesquisa em desenvolvimento (P&D). À noite, uma recepção na residência oficial da cônsul-geral da Alemanha em São Paulo encerrou o dia de atividades.

Ciência, Engenharia e Humanidades

O segundo dia do evento começou com discussões sobre IA na ciência e engenharia. Matthias Epple , da University of Duisburg-Essen, moderou o painel. João Paulo Papa , professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), refletiu sobre o uso de machine learning para ajudar médicos na diferenciação diagnóstica entre esôfagos de Barrett e adenocarcinomas. Na sequência, Katja Mombaur (Karlsruher Institut of Technology) apresentou estudos sobre o desenvolvimento de robôs e de exoesqueletos: como fazer com que eles interajam com humanos de maneira eficiente? E como melhorar o design e controle de exoesqueletos que auxiliam na mobilidade? Por fim, Willian Beneducci , da Robert Bosch , destacou os desafios na adoção de inteligência artificial em projetos da companhia.

Em seguida, quatro startups – Exaia, SleepUp, ArqGen e Harpia AI – realizaram pitches em que apresentaram soluções inovadoras baseadas em IA.

O painel final abordou as humanidades, com Christoph Burchard (Goethe-Universität Frankfurt Diogo Cortiz (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e Claudio Pinhanez (IBM Brasil). Burchard apresentou sua proposta de Critical Computational Literacy (CCL), que ajuda no combate ao analfabetismo digital entrelaçando empoderamento computacional com o crítico. Na sequência, Cortiz trouxe dados sobre a concentração da origem de dados usados em IA e a pouca variedade das línguas utilizadas para alimentá-los. Pinhanez, por sua vez, mostrou as iniciativas da IBM Brasil na preservação de línguas indígenas no Norte do Brasil, como a nheengatu, com a utilização de inteligência artificial.

A moderação foi de Renata Wassermann (USP), que também foi uma das keynote speakers de encerramento. Discutindo a relação da inteligência artificial com os humanos, Renata Wassermann destacou que o objetivo final do desenvolvimento da IA não deve ser instrumento que toma decisões completamente autônomas dos humanos. Anderson Rocha fez a segunda keynote speech e provocou: queremos inteligência artificial com potencial de substituir atividades humanas ou uma inteligência aumentada, em que a IA complementa nossas potencialidades e faz a humanidade evoluir?

O Diálogo Brasil-Alemanha, realização do DWIH São Paulo e da Fapesp, tem como parceiros DAAD, DFG, Ministério Federal de Relações Externas da Alemanha (AA) e a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo).

Sobre o Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo

O Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo foi inaugurado em 2012 para estreitar os laços entre a Alemanha e o Brasil nas áreas de ciência, pesquisa e inovação. O DWIH São Paulo promove a visibilidade das instituições alemãs destas áreas no Brasil e fomenta a cooperação binacional, sobretudo por meio de evento, estimulando o intercâmbio e a transferência de conhecimento, bem como reunindo pesquisadores e inovadores, entre outros atores do ecossistema de inovação.

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FONTE Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH)