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10 anos do g1 São Carlos e Araraquara: Pesquisas de universidades da região revolucionam tratamentos de saúde no país (3 notícias)

Publicado em 10 de fevereiro de 2022

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G1 Panorama Farmacêutico
Por São Carlos e Araraquara

Confira três estudos inovadores que tiveram origem na região e foram para o setor público e privado. Em uma década, g1 publicou reportagens sobre mais de 300 estudos da UFSCar, USP e Unesp.O g1 São Carlos e Araraquara, que comemora 10 anos nesta quinta-feira (10), publicou mais de 300 reportagens sobre pesquisas científicas ao longo de sua história. Isso só foi possível porque, na região, está inserido um cinturão científico formado por três das maiores universidades do país: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (veja abaixo os locais dos campi nos municípios).

Ao todo, são dez campi instalados em São Carlos, Araraquara Rio Claro, Araras, São João da Boa Vista e Pirassununga. Juntas elas já publicaram, pelo menos, 2,7 mil artigos científicos e formaram mais de 13 mil doutores desde 2012.

Desde os primeiros dias da sua fundação, o g1 São Carlos e Araraquara acompanhou a trajetória dessas universidades e divulgou as mudanças que elas ajudaram a promover na sociedade com suas pesquisas.

Uma das áreas mais abordadas foi a de saúde. Três dessas pesquisas noticiadas ao longo de uma década - uma de cada universidade -, chegaram às redes de saúde pública e privadas e merecem destaque .

Capital da tecnologia

No centro desse cinturão científico está São Carlos, cidade que recebeu o título de capital da tecnologia devido a toda influência que as universidades exercem. Segundo um levantamento do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQSC/USP), São Carlos tem um doutor para cada 100 moradores, a maior média do Brasil.

A cidade tem dois campi da USP, o principal campus da UFSCar e duas unidades da Embrapa, todas voltadas para geração do conhecimento e inovação, além de 191 startups orbitando em torno desse polo científico (segundo levantamento da Liga de Empreendedorismo de São Carlos - LESC). Muitas dessas empresas são empreendimentos de alunos e professores das universidades.

Soluções para tratar pressão intracraniana

É o caso da Brain4Care, iniciativa do físico Sérgio Mascarenhas, um dos fundadores da UFSCar, do Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo (USP) e da unidade da Embrapa Instrumentação.

A empresa surgiu em 2014, a partir de um problema pessoal vivido pelo pesquisador, que teve hidrocelafia e precisou ter o crânio perfurado para medir a pressão intracraniana. Ele então criou um sensor não invasivo, capaz de fazer a medição sem necessidade de cirurgia, que hoje está em utilização em 53 clínicas e hospitais de 15 estados brasileiros.

A criação do sensor não invasivo abriu a possibilidade para pesquisas em várias áreas que antes eram adiadas por conta da necessidade de perfurar o cérebro.

"Com a nossa tecnologia, como ela não é invasiva, é mais fácil e há mais interesse da comunidade médica em pesquisar o efeito da pressão intracraniana em diversas patologias e condições clínicas. Ao longo desses anos a gente já fez pesquisas envolvendo doenças hepáticas, enxaquecas, hipertensão", pontua o co-fundador e diretor de Desenvolvimento de Produtos da Brain4Care, Rodrigo de Albuquerque Pacheco Andrade.

"Com a nossa tecnologia, como ela não é invasiva, é mais fácil e há mais interesse da comunidade médica em pesquisar o efeito da pressão intracraniana em diversas patologias e condições clínicas. Ao longo desses anos a gente já fez pesquisas envolvendo doenças hepáticas, enxaquecas, hipertensão", pontua o co-fundador e diretor de Desenvolvimento de Produtos da Brain4Care, Rodrigo de Albuquerque Pacheco Andrade.

O equipamento já foi usado em mais de 200 pesquisas no Brasil e exterior. Em uma dessas pesquisas patrocinadas pela Brain4Care, realizada com a Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara, foi possível descobrir uma alternativa para tratar a pressão intracraniana utilizando um medicamento já existente no mercado.

A pesquisa, realizada com testes em cérebros de ratos, tinha o objetivo de aferir a relação existente entre a hipertensão arterial e o aumento da pressão intracraniana, o que foi feito com sucesso.

“Se você está exposto a uma doença que a pressão sistêmica aumente muito, notadamente a pressão intracraniana estará aumentada. O problema disso é que você vai ter dificuldades do sistema neural funcionar adequadamente, então você pode ter um edema cerebral, pode ter um AVC”, explica o professor Eduardo Colombari, autor da pesquisa.

Mas os resultados foram além e comprovaram que um dos tratamentos mais comuns para a hipertensão arterial também tem efeito para a hipertensão intracraniana.

“Nosso estudo sugere que a hipertensão intracraniana pode ser prevenida por meio do diagnóstico precoce e do tratamento com o medicamento losartana, amplamente utilizado para hipertensão. O fármaco bloqueia as ações da angiotensina 2, algo que provamos ser importante também para a pressão intracraniana”, afirma Colombari.

Segundo o pesquisador, a descoberta abre a possibilidade de adicionar aos tratamentos convencionais da hipertensão craniana o uso do medicamento.

"Foi observado que se associar a losartana pode ter um efeito mais rápido de melhoria na circulação cerebral acelerando processo de reparo do estado do cérebro em casos de traumas e tumores, por exemplo", diz o pesquisador.

Relembre a reportagem sobre a pesquisa no vídeo abaixo:

O estudo foi publicado na revista Hypertension e baixado por milhares de interessados, entre pesquisadores e médicos.

"Muito neurologista já está indicando a losartana para paciente com cefaleia, por exemplo", afirma o diretor da Brain4Care. "Esse benefício já está sendo sentido, mesmo a pesquisa tendo sido feita com animais, a importância dela é tão grande que médicos neurologistas no Brasil já estão utilizando o remédio, que já é aprovado, e foi descoberto mais esse efeito da redução da pressão intracraniana", completa Andrade.

UNESP:

Revolução em enxertos

Também dos laboratórios da universidade surgiu a startup Vetra Biomaterials, fruto de estudos feitos ao longo de 10 anos com os biovidros nos laboratórios da Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde pesquisadores descobriram maneiras de realizar enxertos ósseos, implantes oculares e dentários, e métodos de regeneração de pele à base do composto.

Os biovidros são vidros bioativos, parecidos com o vidro de uma janela, feitos de sílica, cálcio e sódio. Em 2012, o g1 publicou a reportagem sobre a descoberta da utilização do biovidro para enxerto ósseo. Já em 2016, o portal mostrou as utilidades do biovidro para curar feridas na pele e, em 2018, sua utilização de implantes oculares a base do composto.

O sucesso da pesquisa e patentes registradas do biovidro fez com que Marina abrisse uma startup focada no desenvolvimento do biomaterial e continuasse os testes para que as outras descobertas sejam lançadas no mercado. Porém, só foi possível continuar a pesquisa com apoio internacional.

“Não vou mentir, muitas das coisas continuaram porque a gente tem parcerias internacionais. Ver a falta de investimentos é desolador. Só reflete o plano de desgoverno que a gente tem atualmente e mostra a pouca visão de futuro, porque investir em pesquisa, é investir no futuro do país”, declarou.

“Não vou mentir, muitas das coisas continuaram porque a gente tem parcerias internacionais. Ver a falta de investimentos é desolador. Só reflete o plano de desgoverno que a gente tem atualmente e mostra a pouca visão de futuro, porque investir em pesquisa, é investir no futuro do país”, declarou.

A quantidade de conhecimento e tecnologia gerada nas universiades e a sua transferência para a sociedade não seguem na mesma velocidade. Após uma década, apenas a aplicação de enxerto ósseo está disponível no mercado. O motivo é a falta de incentivo e de recursos e a burocracia brasileira.

“A tecnologia do biovidro serve para todo esse emaranhado de coisas, mas o que conseguimos colocar no mercado é o do osso. Fizemos uma parceria com uma empresa que já tem tradição na área de ortopedia, conseguimos nosso registro na Anvisa e aí começamos a vender essa tecnologia base para enxertia óssea”, afirma a pesquisadora Marina Trevisan Trevelin.

Relembre a reportagem sobre a pesquisa no vídeo abaixo:

A partir do final desse mês, quando uma empresa de produtos hospitalares passa a atuar com o biovidro, Marina acredita que a tecnologia irá beneficiar muitas pessoas.

“Espero que a gente ajude muita gente , facilite todos esses processos que são bem demorados, essa parte de regeneração óssea, são processos muito complexos, se a pessoa tem alguma comorbidade fica mais difícil ainda. Então, é para essas pessoas que a gente quer fazer a diferença, que eles consigam comprar uma coisa que realmente funcione, não fique só ali dando uma ajuda, a gente quer q ela use uma tecnologia que faça ela se recuperar.”

“Espero que a gente ajude muita gente , facilite todos esses processos que são bem demorados, essa parte de regeneração óssea, são processos muito complexos, se a pessoa tem alguma comorbidade fica mais difícil ainda. Então, é para essas pessoas que a gente quer fazer a diferença, que eles consigam comprar uma coisa que realmente funcione, não fique só ali dando uma ajuda, a gente quer q ela use uma tecnologia que faça ela se recuperar.”

As outras possibilidades de utilização ainda esperam para serem viabilizadas. Segundo Marina, o processo ao longo de uma década revelou que não é simples colocar uma tecnologia no mercado. “A gente teve muito aprendizado, viu que tem muita burocracia. Com alguns critérios, você acaba bloqueando as empresas menores, não pela qualidade, mas sim pela falta de grana. São processos mais lentos para gente que é menorzinho”, diz.

UFSCar:

Diminuição das dores da fibromialgia

Além das matérias sobre as pesquisas de pressão intracraniana e biovidros, outras 158 pesquisas sobre saúde foram publicadas ao longo dos 10 anos do g1 São Carlos e Araraquara.

Muitas delas divulgaram inovações realizadas pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFSC/USP), cuja experiência em técnicas com ótica e ultrassom gerou tecnologias para descontaminação do ambiente, descontaminação de instrumentos, tratamento para doenças crônicas, câncer e dores.

Nesses 10 anos, o IFSC registrou 79 patentes e, atualmente, tem parceria com 30 empresas que buscam inovação ou se associam ao instituto para colocar a tecnologia por ele desenvolvida em benefício da população.

Uma dessas parcerias, feita com a Multifisio Brasil, tem ajudado pacientes com fibromialgia, uma doença que causa dores intensas ao paciente e atinge entre 2,5% a 5% da população. É um mal que ainda tem origem e causas desconhecidas, difícil de ser diagnosticado e ainda mais difícil de ser tratado.

Relembre a reportagem sobre a pesquisa no vídeo abaixo:

Mas um aparelho desenvolvido (IFSC-USP) tem melhorado a situação de centenas de pacientes. O equipamento realiza a emissão conjugada de ultrassom e laser, dois recursos usados na fisioterapia, mas separadamente.

Além do aparelho, a pesquisa inovou o local do tratamento, que é feito na palma das mãos, região com muitas terminações nervosas, ao contrário dos tratamentos convencionais que focam nos pontos da dor. Em alguns casos, pacientes relataram ausência de dor por até 300 dias.

“O que nós observamos é que 90% dos pacientes tratados têm melhora da dor e 50% desses pacientes tem, no mínimo, 70% de melhora na dor”, afirma o pesquisador Antonio de Aquino.

“O que nós observamos é que 90% dos pacientes tratados têm melhora da dor e 50% desses pacientes tem, no mínimo, 70% de melhora na dor”, afirma o pesquisador Antonio de Aquino.

O tratamento começou a ser desenvolvido em 2010, tendo como foco dores provocadas pelo processo inflamatório da artrose, mas outra pesquisa, realizado nos Estados Unidos, fez com que o estudo mudasse de rumo.

“Alguns estudos de pesquisadores do exterior mostravam diferenças na palma da mão de pacientes fibromiálgicos em relação a quem não tinha fibromialgia e, então, nos perguntamos: ‘e se...?’ e aí começamos os estudos e, a partir dessa pesquisa nos demos um norte na forma de tratamento, achamos uma porta de ação sistêmica”, explicou Aquino. “Quando você faz a aplicação na palma da mão há uma condutividade nervosa que segue até o cérebro, onde ocorre alterações que geram uma normalização da dor, e com isso melhora o sono e o humor, a fadiga começa a ser diminuída, isso faz com que os pacientes aos poucos retomem a sua qualidade de vida”, completa.

A assistente social aposentada Izabel Christina de Campos Oliveira Ralu, de 70 anos, chegou ao estudo em 2017, após saber, por meio de uma reportagem que estavam procurando voluntárias. Sentindo dores por 40 anos que não a deixavam cozinhar, cuidar da casa ou brincar com seus amados cachorros, ela já havia tentado vários tratamentos e medicamentos para tentar tratar e diminuir a dor, sem sucesso e sem que o problema fosse diagnosticado.

“Eu já tinha desistido de procurar tratamento porque já estava cansada. Eu fiz tudo que podia fazer, fui pra Ribeirão, fui pra Araras. Você não imagina o que eu gastei e não tinha retorno. Aí eu vi a reportagem na televisão. Depois da primeira sessão não melhorou, fiz a segunda, não melhorou, a terceira não melhorou também. Aí eu falei não resolvia nada, que o organismo já estava tão acostumado que não ia acontecer nada. Menina do céu, depois que eu recebo a quarta vez, eu saí pulando do consultório quase. Cheguei em casa, sentei no chão e comecei a brincar com a pitbull. Foi a minha salvação”, conta.

“Eu já tinha desistido de procurar tratamento porque já estava cansada. Eu fiz tudo que podia fazer, fui pra Ribeirão, fui pra Araras. Você não imagina o que eu gastei e não tinha retorno. Aí eu vi a reportagem na televisão. Depois da primeira sessão não melhorou, fiz a segunda, não melhorou, a terceira não melhorou também. Aí eu falei não resolvia nada, que o organismo já estava tão acostumado que não ia acontecer nada. Menina do céu, depois que eu recebo a quarta vez, eu saí pulando do consultório quase. Cheguei em casa, sentei no chão e comecei a brincar com a pitbull. Foi a minha salvação”, conta.

Após algumas sessões, ela não precisou mais da medicação forte que tomava para aplacar as dores e voltou a ser uma pessoa ativa.

O estudo do qual Izabel participou atendeu mais de 450 pacientes e gerou cinco artigos científicos, o equipamento e a forma de sua aplicação. Mas a pesquisa não parou por aí. Com as observações feitas nos estudos clínicos, os pesquisadores estão seguindo na busca de mais respostas sobre como o método atua no cérebro e cessa as dores.

“Vamos continuar desenvolvendo novas formas de aplicação. Temos artigos ainda não publicados que vão mostrar o porquê de todo esse resultado positivo, que não atinge somente a dor, mas todos os fatores negativos que a fibromialgia traz. Estamos avaliando possibilidade de uma forma de avaliação do paciente fibromiálgico. Hoje esse paciente não tem um exame que aponte que ele tem a doença e a gente está chegando próximo de algo que pode viabilizar isso”, afirma Aquino.

Atualmente, o tratamento pode ser feito na Santa Casa de São Carlos e em mais seis pontos espalhados por três estados do país, graças à parceria com a iniciativa privada, segundo Aquino.

“Essas empresas, essas indústrias viabilizam incentivos, por meio de uma parceria pública-privada, seja em bolsas, seja em valores para a produção de equipamentos, protótipos, pesquisa. E é diferente de você partir de uma ideia que está na universidade para ela chegar ao mercado ou de algo que pode já ter o interesse do mercado. Quando a gente trabalha uma parte de tecnologia é fundamental, principalmente que tenha já um parceiro de indústrias e de empresas que possam viabilizar isso”, afirma.

USP:

Parceria é fundamental

Entre todas as pesquisas publicadas pelo g1 São Carlos e Araraquara, uma minoria está em aplicação. Além da burocracia para registrar as patentes enfrentada pelos inovadores no Brasil, a universidade precisa da iniciativa privada para que a tecnologia gerada nos laboratórios atravesse os portões da universidade e chegue até o mercado.

“Essa colaboração universidade e empresas universidade é muito importante e o nosso Brasil é muito carente disso. Nós temos a visão do empresário muito curta no sentido de que aliar aos pesquisadores das universidades é um dos caminhos de transformação", afirma o professor Eduardo Colombari.

Ele acredita que a relação entre empresas e universidade poderia ser facilitada pela criação de políticas públicas.

"As empresas precisam ter facilidades de receitas para investir em pesquisa. Eu acho que o grande precursor disso foi a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com o PIPE (projeto apoia a execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no Estado de São Paulo). A Fapesp investe recursos em uma empresa privada com o compromisso de devolver, de trazer produto para a melhoria e bem-estar da população. Então nós temos que ter uma política de estado permanente e não os políticos acharem que eles é que têm que resolver as coisas. A política de estado do Estado de São Paulo é garantir 1% do ICMS para a Fapesp. Isso é indiscutível e tem que ser cumprido. Ah mas essa lei só tem em São Paulo? Não. Tem todos os estados. Só que a maioria não cumpre. No âmbito federal nós temos a o CNPQ e a Capes que são duas instituições dentro do do Ministério de Ciências e Tecnologia que estão à beira de um caos tremendo por falta de recursos porque falta uma política que garanta o financiamento das pesquisas", analisou.

Para o professor Vanderlei Bagnato, diretor do IFSC, que tem parceria com 30 empresas e as mais importantes agências de financiamento, a universidade pode contribuir muito com o avanço da iniciativa privada.

"Com o conhecimento gerado e com a ciência aplicada, nós contribuímos para a geração de produtos. Obviamente a universidade não vende nada pra ninguém, então tem parcerias com as empresas. E dessa forma nós temos um grande impacto científico, um grande impacto tecnológico, um grande impacto econômico porque as empresas estão envolvidas elas dão emprego, elas pagam, elas vendem, elas pagam impostos, e além de tudo nós temos um grande impacto social, porque nós estamos atuando em problemas que hoje estão aí pendentes de solução na sociedade", afirma.

"Com o conhecimento gerado e com a ciência aplicada, nós contribuímos para a geração de produtos. Obviamente a universidade não vende nada pra ninguém, então tem parcerias com as empresas. E dessa forma nós temos um grande impacto científico, um grande impacto tecnológico, um grande impacto econômico porque as empresas estão envolvidas elas dão emprego, elas pagam, elas vendem, elas pagam impostos, e além de tudo nós temos um grande impacto social, porque nós estamos atuando em problemas que hoje estão aí pendentes de solução na sociedade", afirma.

Segundo o pesquisador, utilizar o conhecimento gerado na universidade para o bem da sociedade é um ato de responsabilidade social.

“A gente sempre visa avançar o conhecimento. Só que toda vez que a gente avança o conhecimento, nós nos perguntamos se aquilo serve para resolver os problemas reais da sociedade. Nós temos laboratórios que estão descobrindo todo dia um uma nova coisa que vai alimentando o conhecimento. Quando esse conhecimento pode transpassar o interesse da academia e chegar a resolver um problema específico, significa que nós temos um pouco de responsabilidade social. Ter responsabilidade social não é só se preocupar com os problema da sociedade, mas é toda vez que você sabe que você pode agir e resolver um problema com o conhecimento que você tem, você age. Isso é realizar a ciência com responsabilidade social. E isso nós temos feito constantemente. É por isso que dos nossos laboratórios saem tantas tecnologias”, afirma.